Fósforos
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O drama de recomeçar a vida
O capim e o silêncio ao redor não escondem a história ainda por escrever do bairro onde apenas se ouve o chilrear dos pássaros.
O
capim e o silêncio ao redor não escondem a história ainda por
escrever do bairro onde apenas se ouve o--------- dos pássaros. As
portas, os vidros fechados e o cheiro de tinta fresca indiciam que a
maior parte das habitações permanece desabitada.
E
os actuais habitantes contam-se pelos dedos e nem se conhecem.
É
assim a vida no Zango IV, onde os novos inquilinos provenientes de
várias zonas de Luanda, vão recomeçar as suas vidas, como Estrela
Domingos, uma viúva com 39 anos e mãe de cinco filhos.
No
último fim-de-semana, a senhora trocou as buzinas de carros e luzes
da avenida Deolinda Rodrigues, entre o Kilamba Kiaxi e o Cazenga,
pelo silêncio e a escuridão que ainda se faz sentir nas
proximidades da comuna do Calumbo. A casa em que vivia foi derrubada
para que se dê--------------- à construção de uma das partes da
esperada Via Expressa entre Luanda e Viana.
“Entramos
aqui numa noite. A área está boa. Mas sentimos a falta de luz,
porque a água tem sido abastecida pelo Governo”, contou a viúva,
que recebeu uma casa com três quartos, sala, cozinha e casa de
banho, com dimensões maiores que a anterior. Mas a energia
eléctrica está longe de ser a única coisa de que sente a ausência.
Também está condoída com o facto de o filho mais velho, com 20
anos, ter ficado com os seus parentes em Luanda para dar continuidade
aos estudos. Por isso, não acompanhou a mãe e os restantes irmãos,
dois quais parece terem perdido o ano lectivo por ainda não existir
uma------------ no novo bairro.
Apesar
das contrariedades, Estrela Domingos está convencida de que “já
não há possibilidade de voltar” e o------------- é para frente.
Montou
uma pequena------------- de fronte à sua casa, onde tem à
disposição dos pouquíssimos vizinhos, produtos como sabão,
fósforos, peixe seco, fuba de milho e arroz. Mas entre sábado, 5, e
terça-feira, 7, tinha conseguido somente 100 Kwanzas com a venda de
algumas caixas de-----------, ao contrário dos quatro, cinco ou seis
mil Kwanzas que arranjava com a comercialização ilegal de gasolina,
gasóleo e óleo de travões.
Sobre
o antigo negócio, Estrela recordou, nostálgica: “quando havia
Dikomba (fases em que há muita procura dos produtos e boa venda)
podíamos fazer 30 ou 40 mil Kwanzas por semana”.
Para
contrapor a escassez de alimentos, que já se faz sentir no seio da
sua família, a senhora perspectiva continuar com a venda de
combustível naquela zona, onde não há energia eléctrica. Nem sabe
quando vai chegar, porque muitas das casas estão sem instalação
eléctrica.
“Vou
continuar com o negócio da gasolina e vou passar a buscar gelo para
vender gasosa e cerveja”, afirmou a senhora. Ela não imagina
sequer que a concorrência no sector dos refrigerantes poderá estar
também a seis casas da sua, na rua 5-E, onde vive ,deste o último
fim-de-semana, a jovem Ana José, 19 anos, e mãe de dois filhos.
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satisfeita com a casa que recebeu, com as mesmas dimensões da sua
provável concorrente comercial, Ana José, que tinha o filho mais
novo ao colo, garantiu que gostou das condições que encontrou: “Lá
vendia e aqui também vou continuar a vender cerveja. Acho que vai
dar certo”, revelou a jovem, referindo-se a actividade que
desenvolvia num dos bairros próximos à fábrica de cigarros FTU,
onde esteve durante cinco anos.
Com
o argumento de que as panelas esperavam por ela, Ana não quis contar
mais nada sobre a nova vida, em que está há dois dias à procura de
gás butano e não tem luz para conservar os frescos. Atirou a bola
ao esposo, Miguel de Sá, 23, que não teve dúvidas ao abrir o jogo:
“deixamos muita coisa e vamos do--------. Mas estou agradecido pela
casa, porque estava num quarto e uma sala. Aqui tenho três quartos,
cozinha e casa de banho”.
No
bairro em que viviam, Miguel de Sá sustentava a família com os
rendimentos provenientes do conserto de motorizadas. Agora não pensa
abrir um negócio do género na nova área, porque não seria
rentável, segundo o rapaz.
Nos
primeiros dias de------------- no local, Sá diz ter observado apenas
duas motorizadas em todo o Zango IV. A sua e a de um vizinho. É algo
que para ele prenuncia maus resultados se apostar montar uma oficina.
A
solução passa por continuar a mecânica, mas regressando
diariamente ao bairro Anangola, nos arredores do Shoprite do Palanca.
“Procurei
serviço aqui, mas não encontrei nada. Tenho alguns clientes que me
ligam de Luanda e é para lá que vou para conseguir algum dinheiro.
Mas antes das 15 horas devo regressar, porque a via é muito
complicada, sobretudo para mim que ando de----------”, explicou o
marido de Ana José
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